Diabéticos têm risco aumentado de doença renal?

É de extrema importância que os indivíduos com diabetes tomem precauções especiais para preservar a saúde dos seus rins. A elevada concentração de glicose no sangue pode ter consequências prejudiciais e irreversíveis para a função renal, comprometendo sua capacidade de filtrar adequadamente as substâncias.

O diabetes é uma condição caracterizada pela produção insuficiente de insulina pelo organismo ou pela resistência das células à ação desse hormônio. A insulina desempenha um papel crucial na regulação dos níveis de glicose no sangue, fornecendo energia ao corpo.

Infelizmente, o diabetes está associado a um maior risco de desenvolvimento de doença renal crônica. De fato, é a segunda maior causa dessa condição no Brasil. A persistente elevação dos níveis de glicose no sangue ao longo do tempo pode levar a danos nos rins, afetando negativamente a sua capacidade de filtrar adequadamente as substâncias e remover os resíduos do organismo.

Você conhece o diabetes?

O diabetes é caracterizado pela deficiência de insulina no organismo ou pela resistência à sua ação. A insulina desempenha um papel fundamental na utilização da glicose, o açúcar presente no sangue, convertendo-o em energia para o corpo.

É importante destacar que o diabetes mellitus apresenta diferentes tipos e formas de manifestação.

Diabetes Tipo 1: O diabetes tipo 1 é uma doença crônica e não transmissível de origem hereditária. Nesse tipo de diabetes, há uma produção insuficiente de insulina pelo organismo do paciente, e geralmente é diagnosticado durante a infância ou adolescência.

Sintomas do Diabetes Tipo 1:

  • Perda de peso;
  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Náuseas e vômitos;
  • Fadiga;
  • Fraqueza.

Diabetes Tipo 2: O diabetes tipo 2 ocorre quando o corpo não utiliza adequadamente a insulina produzida. Está frequentemente associado à obesidade, maus hábitos alimentares e estilo de vida sedentário.

Sintomas do Diabetes Tipo 2:

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Formigamento nos pés e mãos;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Infecções frequentes na bexiga, rins e pele;
  • Feridas que demoram a cicatrizar;
  • Visão embaçada.

Além desses tipos, existe o pré-diabetes, que indica níveis de glicose no sangue mais elevados do que o normal, embora ainda não suficientes para serem classificados como diabetes.

Há também o diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez e se caracteriza pelo aumento temporário dos níveis de açúcar no sangue. Mulheres com diabetes gestacional têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 e devem ser acompanhadas após o parto.

É fundamental estar atento aos sintomas, realizar exames periódicos e adotar um estilo de vida saudável para prevenir o diabetes ou controlar adequadamente a doença, garantindo uma melhor qualidade de vida. O acompanhamento médico regular é essencial para um diagnóstico precoce e um plano de tratamento adequado.

Quais os riscos que o diabetes descontrolado pode trazer?

Quando o diabetes não é tratado adequadamente, pode progredir para formas graves e resultar em complicações para o paciente, sendo uma delas a doença renal do diabetes.

Os rins desempenham um papel crucial no corpo humano, contendo milhões de estruturas chamadas néfrons, que funcionam como filtros e removem toxinas do organismo. Todo o sangue do corpo passa por esse sistema de filtragem, e as substâncias indesejadas formam a urina, que é eliminada, enquanto as substâncias úteis permanecem na corrente sanguínea.

Quando os níveis de açúcar no sangue estão elevados, os rins trabalham mais intensamente para realizar a filtragem, o que pode sobrecarregá-los (hiperfiltração). Nesse contexto, pode ocorrer a perda de proteínas na urina, o que não é comum devido ao tamanho dessas moléculas em relação aos poros existentes nos néfrons.

A doença renal do diabetes, assim como outras nefropatias crônicas, progride em estágios à medida que a função renal diminui, sendo o estágio um o menos grave e o estágio cinco o mais grave.

Com o tempo e a sobrecarga contínua, os rins perdem gradualmente sua capacidade de filtragem. Isso resulta no acúmulo de resíduos no sangue e no mau funcionamento dos órgãos, podendo levar à insuficiência renal terminal.

Além dos rins, os pacientes com níveis descontrolados de glicose no sangue podem apresentar uma série de complicações, tais como problemas arteriais, doenças cardiovasculares, pé diabético, retinopatia, alterações de sensibilidade na pele, alterações de humor, ansiedade e depressão.

É importante ressaltar que nem todos os pacientes diabéticos desenvolvem complicações decorrentes do diabetes. O controle adequado dos níveis de açúcar no sangue e da pressão arterial são medidas essenciais para prevenir o agravamento das disfunções orgânicas.

 

Cuidados que pacientes diabéticos devem ter em sua rotina

 

Para evitar complicações decorrentes do diabetes, é essencial que os pacientes adotem certos cuidados em sua rotina diária.

Independentemente do tipo de diabetes (tipo 1, tipo 2, pré-diabetes ou diabetes gestacional), uma alimentação equilibrada desempenha um papel fundamental. É recomendado seguir uma dieta rica em fibras e limitar a ingestão de carboidratos. Esse controle da alimentação ajuda a regular os níveis de glicose no sangue.

Além da dieta, a prática regular de atividade física é altamente benéfica para os pacientes diabéticos. A atividade física não apenas auxilia na redução dos níveis de açúcar no sangue, mas também contribui para uma melhora geral na qualidade de vida. No entanto, é importante que os pacientes verifiquem sua glicemia antes de iniciar qualquer atividade física.

A adoção de horários regulares para as refeições também é relevante para os pacientes diabéticos. Seguir uma programação adequada para as refeições ajuda a manter os níveis de glicose controlados, evitando episódios de hiperglicemia (quando os níveis de açúcar no sangue estão muito altos) e hipoglicemia (quando os níveis de açúcar estão muito baixos).

Quais os tratamentos para cada tipo de diabetes?

Além das medidas mencionadas anteriormente, seguir o tratamento médico é fundamental para manter o diabetes sob controle. Abaixo estão alguns tipos de tratamento para cada tipo de diabetes:

Diabetes tipo 1 O tratamento do diabetes tipo 1 requer o uso diário de insulina. Além disso, podem ser prescritos outros medicamentos para ajudar a controlar os níveis de glicose no sangue. É importante ressaltar que o não cumprimento adequado do tratamento com insulina ou a presença de complicações como doenças vasculares ou infecções podem levar a uma condição grave chamada cetoacidose diabética, que representa um risco à vida do paciente. Os sintomas dessa condição incluem sede intensa, boca seca, cansaço, dor abdominal, vômitos, hálito com odor frutado, confusão mental, micção frequente e respiração acelerada. Em caso de suspeita de cetoacidose diabética, é importante buscar atendimento médico imediatamente, seja por meio do pronto-socorro mais próximo ou entrando em contato com uma ambulância para orientação e tratamento adequados.

Diabetes tipo 2 O tratamento do diabetes tipo 2 geralmente envolve o uso de medicamentos antidiabéticos. Esses medicamentos podem ajudar a aumentar a produção de insulina pelo pâncreas, melhorar a sensibilidade do organismo à insulina, reduzir a produção de glicose pelo corpo ou diminuir sua absorção durante a alimentação. Inicialmente, um único medicamento pode ser prescrito, e posteriormente o médico avaliará a necessidade de combinação com outros medicamentos, incluindo a insulina.

Diabetes gestacional No caso do diabetes gestacional, o tratamento requer avaliação do obstetra e do endocrinologista. A principal abordagem é manter uma dieta com baixa ingestão de carboidratos e praticar exercícios físicos regularmente. Em casos mais graves, nos quais os níveis de açúcar no sangue não estão controlados, podem ser necessários medicamentos antidiabéticos ou insulina. O diabetes gestacional é identificado após a 22ª semana de gestação.

Pré-diabetes Para pacientes com pré-diabetes, a modificação do estilo de vida é o tratamento mais indicado. Perda de peso, exercícios físicos e uma dieta com baixo teor de gorduras podem ajudar a gerenciar essa condição. Em casos mais graves, medicamentos antidiabéticos também podem ser necessários.

É importante destacar que, mesmo se você não for diabético, adotar um estilo de vida saudável com alimentação balanceada, exercícios físicos regulares, consumo moderado de açúcares e gorduras, além de evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, pode ajudar a prevenir não apenas o diabetes, mas também várias outras doenças.

 

 

 

 

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