No Brasil existem mais de 12 milhões de portadores de Diabetes, sendo o 5º maior país do mundo com maior quantidade de pessoas acometidas pela doença, conforme informações obtidas no World Diabetes Atlas (2017) da International Diabetes Federation (IDF). No dia 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes, momento de conscientização e prevenção da propagação da doença que é responsável por inúmeras mortes ao redor do globo.
Embora seja uma condição bem conhecida pela maioria das pessoas, ainda é coberta por equívocos e desinformação, principalmente para aqueles que sofrem dessa condição. Ao contrário do que muitos pensam, os doentes têm condições de viver uma existência normal e, para isso, é essencial o acompanhamento médico, a adesão ao tratamento e a prática de estilos de vida saudáveis.É causada pela ausência ou produção inadequada de insulina pelo pâncreas, é uma condição crônica que pode afetar outros órgãos como os rins. A doença renal é 10 vezes mais prevalente entre as pessoas que sofrem de diabetes. De acordo com o Diabetes Atlas, no mundo, 44% dos pacientes que sofrem de diabetes desenvolvem a condição renal crônica.
Ataque renal
O diabetes pode causar danos aos rins, o que pode afetar sua capacidade de filtrar fluidos. “Os altos níveis de açúcar fazem com que os rins filtrem muito sangue, sobrecarregando os órgãos e levando à perda de proteínas na urina” Dr. Marcos Vieira, nefrologista, é presidente da Fundação Pró-Rim, Dr. Marcos Vieira. “Com o passar do tempo e o excesso de resíduos na corrente sanguínea, o excesso leva os rins a reduzirem sua capacidade de filtragem e a falharem. O paciente diabético vai precisar de tratamentos de hemodiálise ou transplante de rim”, diz o médico.
Entre 25 e 30 por cento dos pacientes em processo de hemodiálise no Brasil e também na Fundação Pró-Rim – referência nacional no tratamento da doença renal – sofriam de doença renal crônica devido ao diabetes.
Um sinal de doença renal
Os sinais associados às doenças renais crônicas não são particulares e podem ser confundidos com outras doenças. Os sinais mais frequentes incluem inchaço, perda de apetite, náuseas, dores de estômago fracas, fadiga e insônia. “Muitas vezes, a identificação da doença só acontece quando ela está em estágio avançado, e os rins já estão em uma fase crítica de funcionamento”, segundo o especialista em rins.
Diagnóstico e prevenção
Sugere-se que os diabéticos, tipos 1 e 2, façam o teste de microalbuminúria, para determinar os níveis de albumina (proteína produzida pelo fígado) eliminada pela urina. Quanto mais albumina eliminada pelos seus órgãos, mais os rins sofrem.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes recomendam que todos os diabéticos, com idade entre 12 e 70 anos, façam o exame pelo menos duas vezes ao ano.
Prevenção
“O controle glicêmico é uma das medidas que o diabético deve ter, evitando assim complicações para outras doenças, como doença renal crônica, doenças cardiovasculares e retinopatia diabética” Dr. Marcos Vieira.
O tratamento da pressão arterial e o uso adequado de medicamentos que estão de acordo com estilos de vida saudáveis, como exercícios para perda de peso e evitar fumar cigarros e álcool podem ajudar a reduzir o risco de outras doenças.
“Nem todos os diabéticos sofrem de doença renal. O controle insuficiente da glicemia e da pressão arterial, juntamente com fatores genéticos, podem contribuir para o desenvolvimento da doença. Dá para controlar o diabetes enquanto o paciente se comprometer com o tratamento”, diz o médico.
Identificando diabetes
A causa do diabetes são os altos níveis de açúcar e o excesso de peso.
Existem dois tipos de diabetes: 1. 2. O Tipo I é uma doença auto-imune. Normalmente se manifesta na adolescência e na infância. Porém, pode ser reconhecida também em adultos. O tipo 2 ocorre quando o corpo não é capaz de utilizar a insulina que produz ou não consegue produzir insulina suficiente para regular os níveis de açúcar no sangue. Isso geralmente é causado pela obesidade.
Fatores de risco
- Idade: 45 anos ou mais
- História familiar de diabetes Mellitus (pais, filhos e irmãos)
- Excesso de peso (IMC igual ou superior a 25Kg/m2)
- Um estilo de vida que não seja sedentário
- Um HDL-c baixo (colesterol “bom”) ou triglicerídeos altos
- Hipertensão arterial
- Diabetes mellitus gestacional anterior
- Macrossomia ou ocorrência de abortos repetidos ou mortes perinatais
- Uso de medicamentos para hiperglicemiantes, como corticosteroides, tiazídicos e betabloqueadores